A Universidade de Cabo Verde acolheu hoje o lançamento do primeiro livro de João dos Santos, intitulado “Amor Cruel”, que retrata a história verídica de um caso de violência doméstica, um assunto que envolve a sociedade cabo-verdiana.
Segundo João dos Santos, o que lhe motivou a escrever essa história, foram os vários casos de VBG que se encontram em Cabo Verde, o uso de álcool e drogas, estes que são constantemente relatados pelos Órgão de Comunicação Social, que mostram aquilo que é a realidade cabo-verdiana.
“Amor Cruel é uma obra tão profunda quanto simples, traz a abordagem do amor nas suas diversas formas, e também a forma mais cruel de amar, é uma obra onde o autor fala e critica questões profundas que hoje são pertinentes na sociedade cabo-verdiana” salientou a apresentadora da obra, Evelise Carvalho.
Acrescentou ainda que o autor faz uma crítica dura da sociedade cabo-verdiana, e chega a criticar as autoridades pelas desigualdades, pela questão da pobreza que faz com que o cabo-verdiano, na sua busca pela esperança de ter melhores condições de vida, viaje para o estrangeiro.
“Uma história que vai fazer essa nova geração ver a questão de VBG de uma forma diferente, e esquecer aquilo que foram ensinados pelos mais velhos de que nas questões conjugais não se metem” prosseguiu a apresentadora.
Nos dias 24, 25 e 26 de março de 2023 o Instituto de Gestão da Qualidade e da Propriedade Intelectual (IGQPI) e a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), vai realizar o IP Hack, uma maratona de inovação que tem como objetivo potencializar o talento criativo de Cabo Verde e trabalhar em soluções reais que o país enfrenta.
O evento será 100% on-line e gratuito, e irá envolver os jovens cabo-verdianos entre 18 e 35 anos de idade que sejam residentes em Cabo Verde ou na diáspora.
Faça a sua inscrição grátis, até o dia 22 de março, no site https://iphack.cv/
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Enquadrado no programa de comemoração do Dia Internacional da Língua Materna, a Faculdade de Educação e Desporto (FaED), da Universidade de Cabo Verde no Mindelo, recebeu, nesta quinta-feira, uma conversa aberta sobre a língua cabo-verdiana.
No início do evento foi projetado o documentário “Artigo 9º - A situação linguística em Cabo Verde”, de Ercie Chantre, onde várias personalidades competentes da área da linguística e convidados manifestam as suas posições referentes à oficialização da língua cabo-verdiana.
A conversa aberta contou com a participação de três oradores: Doutora Dora Pires, Doutor Carlos Delgado e Doutora Celeste Fortes, onde protagonizaram uma troca de experiências, ideias e opiniões relativamente ao tema em debate.
Em sua contribuição, o Doutor Carlos Delgado fez questão de salientar que “o que torna a língua cabo-verdiana interessante são as suas muitas variantes”, contudo considera que o maior problema da oficialização da mesma está na parte política e que é um trabalho que deve ser feito por etapas.
“Para termos, efetivamente, a oficialização da língua cabo-verdiana temos de dar dois passos importantes e indispensáveis. Primeiro tem de ser tomadas as decisões políticas para oficializar e segundo temos de deixar os aspetos técnicos para os línguístas, para os professores e outros profissionais competentes da área”, sublinhou.
“Estamos a perder oportunidades neste assunto, pois temos linguístas, estudiosos de várias nacionalidades que investigam sobre a língua cabo-verdiana dada a sua riqueza em variedades”, concluiu o Doutor Carlos Delgado.
A linguísta Dora Pires, por sua vez, afirmou que o passo da oficialização está completamente ligada à valorização da língua cabo-verdiana.
“Pedimos a oficialização da nossa língua materna, porque ela é que é a nossa identidade e temos de valorizá-la. Precisamos fazer uma planificação linguística e um trabalho conjunto entre o Ministério da Educação e o Ministério da Cultura, pois a língua cabo-verdiana é também um patrimómio cultural. Temos uma riqueza muito grande que nos unifica, tanto a nível cultural como linguisticamente”, destacou.
Já a antropóloga Celeste Fortes fez referência aos preconceitos linguísitcos visíveis em nossa sociedade.
“A língua é um instrumento de comunicação, mas também ela é um instrumento de poder. Muitas vezes o problema está na conotação de superioridade que conferimos ao português, como uma diferenciação social. Infelizmente, temos em Cabo Verde muitos preconceitos linguísticos, em relação à própria língua cabo-verdiana e também as suas variedades. Temos de igualar as nossas duas línguas e mantê-las”, sustentou a Doutora.
Durante esta semana, de 27 de fevereiro a 4 de março, foram desenvolvidas um conjunto de atividades no âmbito do Dia Internacional da Língua Materna, celebrado anualmente no dia 21 de fevereiro.
Destas atividades vale destacar o intercâmbio entre a Universidade de Cabo Verde e as escolas secundárias de São Vicente, que consiste na partilha de conhecimento e de experiências entre os estudantes dos cursos de Educação Básica e dos Estudos Cabo-verdianos e Portugueses da Uni-CV e os alunos do 10.º ano das escolas José Augusto Pinto, Ludgero Lima, Jorge Barbosa e Salesianos.
No âmbito da comemoração do Dia Internacional de Matemática, que se celebra no dia 14 de março, a Universidade de Cabo Verde pretende realizar um “Torneio de Xadrez para a Criação do Clube de Xadrez na Uni-CV”.
O público-alvo são os estudantes da Casa e o torneiro será por eliminação, com embates por sorteio (quatro rondas) e com 10 minutos para cada jogador.
São um total de 16 vagas para o torneio, por isso faça já a sua inscrição, até às 12h00 do dia 13 de março, através do endereço Torneio de Xadrez na Uni-CV.
O primeiro classificado receberá um prémio de cinco mil escudo.
Além dele, o segundo classificado também será premiado com um valor de dois mil escudos.
Não perca tempo!
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Alunas do curso de Enfermagem da Universidade de Cabo Verde encontram-se em mobilidade na Universidade Las Palmas de Gran Canárias, no âmbito do programa Erasmus+, e avaliam como positivo esta experiência.
“Tem sido uma ótima experiência que me tem trazido ganhos a diversos níveis", afirmou Vadilene Soares, dizendo que realizar um intercâmbio em outro país, permite-lhe conhecer a prática e o “ensino da arte de cuidar” num contexto distinto e com uma cultura distinta.
"A minha maior motivação em participar da mobilidade, acima de tudo, é a oportunidade de adquirir novos conhecimentos e novas competências, assim como aprimorar as minhas habilidades", disse a estudante de Enfermagem.
Foram selecionadas duas estudantes para mobilidade no âmbito do programa Erasmus+, Vadilene Soares e Iris dos Santos, ambas para a Universidade Las Palmas de Gran Canárias, num periodo de cinco meses.
Iris dos Santos, do mesmo curso, considera que a oportunidade de estudar fora do país é um ítem de extrema relevância no seu percurso académico.
"Permite-me alargar os meus conhecimentos e experiências relativamente à prática da enfermagem, numa perspetiva diferente da realidade de Cabo Verde", salientou.
Acrescentou ainda que, como enfermeira, torna-se indispensável saber lidar com as pessoas, cada uma com as suas características e vivências próprias, sublinhando que esta mobilidade lhe dará “ferramentas úteis para aperfeiçoar este ponto".
A Universidade de Cabo Verde tem apostado fortemente na internacionalização, e a mobilidade de estudantes, professores e funcionários para universidades de diferentes países, é um dos aspetos em destaque.
Os alunos selecionados irão interagir e adaptar com culturas diferentes, novas técnicas de ensino, experiências, e colocando em prática as habilidades conquistadas durante o percurso académico.