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A Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), em parceria com o Núcleo Operacional da Sociedade de Informação (NOSi), promoveu esta sexta-feira, 16 de maio, um workshop temático subordinado ao tema “Igualdade de Género na Transformação Digital”, no quadro das celebrações do Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade da Informação, assinalado a 17 de maio.

O evento teve lugar nas instalações do campus do Palmarejo Grande da Uni-CV e reuniu estudantes, docentes, investigadores e representantes institucionais, com o objetivo de discutir os desafios e as oportunidades que a era digital representa para a promoção da igualdade de género, refletindo sobre formas de garantir a inclusão plena de mulheres e raparigas nos processos de digitalização e inovação tecnológica em Cabo Verde.

A sessão de abertura foi presidida pelo Vice-Reitor da Uni-CV para as áreas de Ensino, Formação e Inovação Pedagógica, Jorge Tavares, que, na sua intervenção, destacou a importância de colocar a equidade no centro da transformação digital. Segundo afirmou, a desigualdade de género continua a ser uma realidade, também nos ambientes digitais, e a tecnologia deve servir como instrumento de inclusão e não de exclusão. Acrescentou ainda ser fundamental promover políticas e práticas que assegurem o acesso, a participação e a liderança das mulheres no setor digital.

Em representação do Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG), a presidente Marisa Carvalho enfatizou que o empoderamento feminino passa, inevitavelmente, pela capacitação digital. Referiu que o futuro digital de Cabo Verde só será verdadeiramente inclusivo se as mulheres estiverem envolvidas em todas as fases do processo da formação ao desenvolvimento de soluções tecnológicas, da tomada de decisão à liderança estratégica. Anunciou ainda que o ICIEG está a trabalhar em parceria com diversas instituições para integrar a perspetiva de género nos programas de formação digital e tecnológica.

O Presidente do Conselho de Administração do NOSi, Carlos Pina, realçou, por sua vez, a responsabilidade institucional do setor tecnológico na construção de uma sociedade mais justa e equitativa. Sublinhou que a transformação digital deve ser um motor de progresso para todos e que, no NOSi, têm sido promovidos programas específicos para apoiar jovens do sexo feminino na aquisição de competências digitais e no acesso a oportunidades no setor das tecnologias de informação e comunicação. Garantiu, igualmente, que a instituição continuará a trabalhar para reduzir o fosso digital e de género.

Durante o workshop, foram debatidos painéis temáticos sobre a presença das mulheres na tecnologia e sobre a inteligência artificial com perspetiva de género. Os oradores destacaram a importância de colocar a equidade no centro da transformação digital, sublinhando o papel essencial da capacitação feminina no acesso às tecnologias e na construção de um futuro mais inclusivo. A discussão centrou-se também nas implicações éticas e sociais da inteligência artificial, alertando para os riscos de reprodução de desigualdades de género nos algoritmos e evidenciando iniciativas que promovem uma abordagem mais equitativa e sensível à questão de género.

Estes painéis trouxeram ao debate diversas experiências e perspetivas sobre os obstáculos enfrentados, bem como exemplos de superação e de inclusão de género no setor tecnológico.

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