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A Escola de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade de Cabo Verde (ECAA/Uni-CV), em parceria com o Centro de Estudos Africanos para Desenvolvimento e Inovação (CEADI), organizou, entre os dias 8 e 9 de abril, o 1º Fórum Virtual do Agronegócio nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), sob lema "Pensar o Agronegócio nos PALOP, o Presente e o Futuro".  

O Fórum aconteceu online e presencial no Polo III da Uni-CV, em Assomada, e contou com a presença de nomes importantes do sector, na iniciativa privada e no poder público. Foram abordados temas diversos e focados no debate dos assuntos mais urgentes e atuais para os PALOP.

A cerimónia da abertura foi presidida pela Pró-reitora para a Extensão Universitária, Maria de Lourdes Gonçalves, que destacou o sector agronegócio como um dos principais eixos do sistema produtivo, que abrange todas as relações comerciais e industriais relacionadas com a cadeia de produção do sector agrícola e pecuário, cujas atividades se relacionam e se interconectam.

“Em Cabo Verde, a agricultura familiar é responsável pela quase totalidade dos alimentos que chegam aos mercados e mesas das pessoas, sendo um sector considerado de maior potencial de crescimento, de rendimento e de redução da pobreza. Contudo, para atingir as metas almejadas, é essencial promover a inovação no sector agropecuário e aplicar a nova geração de tecnologias em toda a cadeia de produção e distribuição dos produtos agropecuários de modo a promover a inclusão da agricultura familiar nas cadeias de valor.”

Por sua vez, o Diretor Executivo do CEADI, Danilson Varela, afirmou durante o ato da abertura que em termos monetários, a África importa US$ 36 bilhões de alimentos por ano, e este valor tem tendência a aumentar para US$ 110 bilhões em 2025. Só a título de curiosidade isto é maior que o PIB de Moçambique, da Guiné Bissau, de Cabo Verde e São Tome e Príncipe e mais que a metade do PIB angolano. US$ 36 bilhões é o suficiente para fornecer 100% de eletricidade na África.

“Produzimos 75% do cacau, mas recebemos apenas 2% dos US$ 100 bilhões anuais dos mercados de chocolate.  Enquanto cultivamos o que não consumimos e consumirmos o que não cultivamos, a África está dizimando as suas áreas rurais, exportando os seus empregos, corroendo a renda dos seus agricultores e perdendo a sua juventude por meio da migração voluntária para países desenvolvidos da América e Europa”, sublinhou o Diretor Executivo do CEADI, realçando urgente uma mudança de paradigma para melhorar a qualidade de vida nas áreas rurais e transformar a agricultura. Investir nas áreas rurais da África e transformá-las de zonas de miséria econômica em zonas de prosperidade económica.

Entre os temas abordados, tem destaque: a produção e industrialização dos alimentos; a cadeia de valor de produtos agropecuários; a certificação dos produtos agropecuários made nos Estados membros; a política comercial e de promoção de desenvolvimento socioeconómico nas zonas rurais bem como estratégias de inovação no sector.

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