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A Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) e o Ministério da Saúde Pública da Guiné-Bissau (MINSAP-GB) assinaram, em 17 de outubro de 2025, um Protocolo de Cooperação e Intercâmbio Académico que estabelece bases para formação, investigação aplicada e mobilidade académica em áreas prioritárias da saúde. O documento foi firmado pelo Reitor,  José Arlindo Fernandes Barreto, e por Coordenador dos Assuntos Externos do MINSAP-GB, Ricardo Sanhá, na sala do Conselho da Universidade, Edificio 2, Campus do Palmarejo Grande.

O protocolo formaliza uma parceria estratégica entre a principal instituição pública de ensino superior de Cabo Verde e o órgão governamental responsável pela política nacional de saúde na Guiné-Bissau. A cooperação incide sobre saúde pública e epidemiologia, saúde sexual e reprodutiva, enfermagem, biotecnologia e vigilância genómica (abordagem One Health), saúde ambiental e alterações climáticas, gestão e políticas de saúde e investigação em produtos naturais e medicina tradicional.

No ato da assinatura, o Reitor José Arlindo Barreto sublinhou a relevância do acordo para expandir, com qualidade, a oferta formação: «A nível da medicina e de enfermagem temos uma procura enorme e, para manter a qualidade, sobretudo nos estágios, é fundamental ampliar condições em outros espaços. Com esta possibilidade de estágios de qualidade, poderemos, a seu tempo, reforçar a oferta com mais turmas e abranger outros públicos.»

Por sua vez, Ricardo Sanhá, Coordenador dos Assuntos Externos do MINSAP-GB, destacou a dimensão estruturante da parceria para o desenvolvimento de quadros: «Desde a primeira hora escolhemos a Universidade de Cabo Verde para ajudar na formação dos quadros guineenses. Acreditamos que esta sinergia poderá continuar com outras valências e novos financiamentos, garantindo a atualização contínua dos profissionais de saúde. Reconhecemos as condições e as capacidades da Uni-CV para apoiar os nossos médicos.»

A cooperação prevê intercâmbio de docentes, estudantes e técnicos, capacitação avançada, estágios clínicos, acesso a infraestruturas académicas e laboratoriais, projetos conjuntos de investigação e publicações científicas. As ações específicas serão operacionalizadas através de acordos ou adendas, definindo responsabilidades, recursos e cronogramas. Entretanto, as partes comprometem-se a planificar anualmente as atividades e a adotar mecanismos de confidencialidade e proteção de dados, nos termos legais aplicáveis.

O Reitor José Arlindo Barreto enfatizou ainda a importância da mobilidade académica no espaço lusófono, articulando a experiência recente com São Tomé e Príncipe: «Devemos ultrapassar barreiras administrativas e facilitar a mobilidade de estudantes e docentes. A cooperação académica é um caminho para aproximar comunidades e consolidar competências no ensino e na investigação.»

Além disso, a abordagem One Health e os eixos de saúde ambiental e alterações climáticas alinham-se com prioridades partilhadas pelos sistemas nacionais de saúde de Cabo Verde e da Guiné-Bissau, abrindo espaço a vigilância epidemiológica integrada, melhoria dos sistemas de informação sanitária e resiliência a riscos ambientais. Na vertente de produtos naturais e medicina tradicional, as equipas conjuntas poderão valorizar a flora medicinal dos dois países, com rigor científico e foco em segurança, eficácia e acesso.

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