A Universidade de Cabo Verde foi um dos vencedores do concurso internacional com o projeto “Clinical-Pathological Characterization of PALOP`S Cancer – INCUBATOR”, um projeto que tem como objetivo: perceber a incidência do cancro da próstata em Cabo Verde e Moçambique, fazer um estudo biológico, saber qual o subtipo mais frequente daquele que é o cancro que mais mata em Cabo Verde.
Este projeto inclui ainda a criação do laboratório digital “INCUBATOR”, uma plataforma para a publicação de dados e informações para apoio ao diagnóstico do cancro da próstata. O projeto é liderado pela Professora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Uni-CV, Neidy Varela Rodrigues e Mamudo Ismail, numa parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique.
Os projetos, selecionados por um júri internacional, são liderados por investigadores de Angola, Cabo Verde e Moçambique que participaram no curso de Gestão de Ciência, uma iniciativa promovida pelas duas fundações ( que decorreu entre 2018 e 2021 e que envolveu cerca de 50 investigadores nas três edições).
O Instituto Nacional de Investigação em Saúde, através do Centro de Investigação em Saúde de Angola, vai desenvolver o projeto “Helminth infections and allergic respiratory diseases. Does a neglected tropical disease influence a non-communicable disease?”. Este projeto tem como objetivo perceber a ligação entre a doença respiratória alérgica com a presença de helmintos (parasitas intestinais) e o papel que o microbioma intestinal possa ter na asma e no controlo dos helmintos. Este projeto é uma parceria com o Hospital Militar de Luanda e a Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Lisboa e é liderado por Jocelyne Vasconcelos e Margarete Arrais.
O Instituto Nacional de Saúde de Moçambique foi outro dos vencedores do concurso com o projeto “Epidemiology and characteristics of SARS-CoV-2 infection among children and their households in Mozambique” liderado por Nilsa de Deus e Osvaldo Inlamea, para os próximos dois anos. O projeto consiste no estudo do SARS-Cov-2 em crianças de três escolas primárias de bairros urbanos, periurbanos e rurais de Maputo. Os investigadores vão analisar a taxa de mortalidade e morbidade nestas faixas etárias, assim como realizar um estudo epidemiológico e um inquérito de seroprevalência que permitirá perceber a exposição ao vírus pelas crianças.
Os três projetos de instituições científicas dos PALOP – nas áreas do microbioma, cancro e COVID-19 –, têm um investimento de cerca de 500 mil euros até 2023 e foram financiados pela Fundação Gulbenkian e pela Fundação “La Caixa”.
A Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação ”La Caixa” têm vindo a desenvolver o programa anual “Curso de Gestão de Ciência” dirigido a investigadores e/ou gestores de instituições de investigação, públicas ou privadas, na área da saúde, nomeadamente diretores científicos, coordenadores e gestores de programas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).