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“A Aprendizagem da oralidade na aula de português como língua segunda” foi o tema das V Jornadas de Língua Portuguesa: Investigação e Ensino que se realizaram entre os dias 7 e 9 de novembro, no auditório da Escola de Negócios e Governação, Campus do Palmarejo.

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A cerimónia da abertura foi presidida pela Reitora da Uni-CV, Judite Medina do Nascimento, que destacou a importância da nossa língua comum, aquela que nos une para além das nossas fronteiras geográficas, culturais, políticas e sociais e deve ser vincada por todos nós, em cada momento e em cada papel que desempenhamos na nossa sociedade.

Apesar de não ser linguista, Judite Medina do Nascimento acompanha, com inquietação, os debates formais e informais à volta desta questão. Acredita que a Universidade de Cabo Verde ainda não cumpriu o seu papel enquanto universidade pública e com responsabilidades sociais e públicas acrescidas que a distinguem de todas as outras universidades em Cabo Verde. “O que quero com isso dizer, é que a nossa missão prevê um desenvolvimento equilibrado dos 3 pilares tradicionais das universidades - o ensino, a investigação e a extensão universitária. A universidade tem a responsabilidade de criar o substrato científico e pedagógico para romper com os tabus e complexos e avançar com propostas de soluções concretas e definitivas para a oficialização da língua cabo-verdiana e concretização do bilinguismo em Cabo Verde. Esta “guerra” entre o português e a língua cabo-verdiana não abona nenhuma delas. Sacrificamos, infelizmente, uma geração inteira porque ficou convencida que renegando o português conseguiria valorizar a língua cabo-verdiana”.

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O Presidente do Instituto Camões da Cooperação e da Língua, Embaixador Luís Faro Ramos, partilhou com os investigadores, os membros da Uni-CV e do Governo de Cabo Verde, o Embaixador do Brasil em Cabo Verde, a Embaixadora de Portugal em Cabo Verde e outros presentes, uma apresentação sobre a língua portuguesa, basicamente em dois momentos: no primeiro falou sobre o futuro a língua portuguesa e no segundo momento explicou onde e como o Instituto Camões da Cooperação e da Língua atua na promoção da língua portuguesa.

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O Diretor Geral do Ensino Superior Ciência e Tecnologia, Aquilino Varela, sublinhou que este evento em torno de uma língua testemunha o grau de importância que o falante atribui a este tema, como fator da comunicação de cultura e de diplomacia entre os povos.

“Também é importante pelo veículo da comunicação formal que requer uma atualização permanente do seu ‘status’, para que possamos acompanhar o agir comunicativo do Estado de direito democrático”, realçou, para quem a elevação do português como língua segunda no espaço do ensino aprendizagem em Cabo Verde estriba-se nestas constatações.

 

 

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“Hoje, pelas últimas estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, somos 220 milhões de luso-falantes. Essa contribuição é no mínimo expressiva para difusão da língua portuguesa” frisou o Embaixador do Brasil em Cabo Verde, Carlos Araújo Leitão.

“Essa semana nós estamos comemorando os 30 anos do Instituto Internacional da Língua Portuguesa. O Embaixador Ribeiro Telles, atual secretário executivo da CPLP, mencionou num vídeo na última terça-feira, que provavelmente no final do século XXI nós estaremos seguramente entre as cinco línguas mais faladas no mundo. Isso é algo que nos engrandece, algo em que nós realmente precisamos pensar porque a língua é um instrumento de cultura, de conhecimento e também de fortalecimento de relações entre países e isso tudo está provado ao longo do tempo”, avançou o Embaixador do Brasil em Cabo Verde.

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A diretora da Cátedra Eugénio Tavares de Língua Portuguesa, Amália Lopes, avançou que a temática da oralidade é abordada nestas Jornadas de diferentes perspetivas, no contexto sociolinguístico de português língua não materna, desde as bases teóricas do domínio da oralidade e planificação de atividades de ensino e avaliação, passando pelo estudo da sua materialidade, pondo enfoque nas principais diferenças dos inventários fonológicos e  prosódicos entre o português europeu e a língua cabo-verdiana, até oficinas de teatro e expressão dramática.

“A escolha desta temática é determinada pela prioridade do oral na comunicação. Existem povos sem escrita, mas não povos sem fala e no processo de aprendizagem da leitura e da escrita nos contextos da língua materna, a criança chega à escola sabendo a sua língua, ou seja, já sabe falar para assuntos em situações do quotidiano que constitui a base para o ensino da leitura e da escrita”.

As Jornadas têm como objetivo geral divulgar as pesquisas feitas sobre o ensino da língua portuguesa, bem como divulgar as boas práticas de ensino dessa língua em Cabo Verde, e contribuir para dar resposta às necessidades de formação dos professores.

Esta iniciativa, organizada pela Cátedra Eugénio Tavares de Língua Portuguesa, é financiada pelo Instituto Camões e tem o especial apoio da Direção Nacional de Educação do Ministério da Educação, da Embaixada do Brasil em Cabo Verde e da Associação Artística e Cultural Mindelact.

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