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Está a decorrer na Universidade de Cabo Verde, desde o dia 27 de junho e estenderá até o dia 29 de junho, sábado, o Primeiro Fórum Africano da Democracia, sob o alto patrocínio da Sua Excelência O Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, e coorganizado pela Uni-CV, pela Fundação para a Inovação da Democracia, e pela Agência Universitária da Francofonia

A Sessão Solene de Abertura que decorreu, no dia 27 de junho, contou com discurso do Reitor da Uni-CV, José Arlindo Barreto, do Diretor-Geral da Fundação para a Inovação da Democracia, Prof. Achille Mbembe, e do Vice-Primeiro Ministro, Ministro das Finanças e do Fomento Empresarial e Ministro da Economia Digital, Olavo Correia que presidiu o ato.

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O Reitor José Arlindo Barreto, inaugurou o fórum internacional "Les Assises de la démocratie" no Centro de Convenções, em um discurso gravado, destacando o papel crucial da instituição e do país na promoção de discussões democráticas. Este evento, que atraiu delegados de várias partes do mundo, incluindo África, Europa e outros continentes, visa debater e revitalizar os conceitos de democracia numa era de desafios globais.

Em seu discurso de abertura, o Reitor da Uni-CV enfatizou a importância do evento, expressando seu orgulho pela participação de ilustres académicos e diplomatas, incluindo o destacado politólogo camaronês e laureado do prémio Oldberg 2024, Achille Mbembe. “Estamos muito orgulhosos de você, Achille. Gostaria de estar aqui pessoalmente para demonstrar a nossa Morabeza cabo-verdiana,” disse José Arlindo Barreto. 

O Reitor também realçou a abordagem única de Cabo Verde na integração da diversidade cultural e linguística, que tem sido fundamental para moldar a identidade nacional. “A Morabeza cabo-verdiana é a 'Teranga' senegalesa, à qual devemos acrescentar o modo de vida característico dos ilhéus e a singularidade da miscigenação cultural, linguística e uma robusta vertente histórica que deram origem ao povo cabo-verdiano. Um povo que continua a nutrir-se da história e da cultura dos quatro cantos do mundo, mas também um povo que, através da sua forma própria de entender o mundo, contribui para a diversidade, o pluralismo e, esperamos também, para o aprofundamento de relações saudáveis e duradouras entre os povos,” explicou.

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O Vice-Primeiro Ministro, Ministro das Finanças e do Fomento Empresarial e Ministro da Economia Digital, Olavo Correia, presidiu o fórum internacional e destacou a posição estratégica de África no cenário global e a importância de um desenvolvimento sustentável e democrático para o futuro do continente.

Olavo Correia abordou a necessidade urgente de inovação na democracia e na governança para enfrentar os desafios contemporâneos, destacando a importância de transparência e responsabilidade ("accountability"). "Vivemos num mundo de transparência explosiva, onde as ações de hoje são vistas e julgadas com um escrutínio sem precedentes", explicou. 

O governante projetou um futuro em que África terá um papel central na economia global. "Em 2050, África terá 25% da população mundial, e o mundo precisa de uma África desenvolvida", afirmou, ressaltando as vastas oportunidades de investimento e a importância estratégica dos recursos naturais do continente, como as energias renováveis e os metais essenciais para a mobilidade elétrica.

Ele comparou a potencial ascensão económica de África à transformação da Coreia do Sul desde a década de 1960, desafiando o continente a alcançar um "salto quântico" semelhante em desenvolvimento. "Temos de nos perguntar quando faremos a mudança que a Coreia do Sul fez, passando de um país de baixo desenvolvimento para uma nação rica e industrializada", propôs.

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Por sua vez, o Diretor-Geral da Fundação para a Inovação da Democracia, Prof. Achille Mbembe, destacou o papel de Cabo Verde no panorama político africano, chamando-o de "microcosmo do mundo" e "uma promessa de humanidade aberta e conectada". Reitor da Uni-CV, José Arlindo Barreto que foi recentemente eleito presidente da rede das universidades dos países de língua portuguesa, não pôde estar presente, mas deixou uma mensagem poderosa sobre o compromisso da universidade com a democracia.

O Prof. Mbembe também refletiu sobre os desafios contemporâneos enfrentados pela democracia em África e a necessidade de uma abordagem renovada que seja inclusiva e sustentável. "Este fórum é um esforço para reativar a democracia no continente, para tecer mais laços com as forças da vida, que são agora o novo nome da democracia", explicou.

O Fórum tem sido um palco multidisciplinar que reforça o diálogo sobre a democracia em África, com a participação de cerca de cem influentes figuras, incluindo líderes de associações, investigadores, ativistas e representantes de organizações internacionais.

O Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, presidirá o ato de encerramento do Primeiro Fórum Africano da Democracia, um evento coorganizado pela Universidade de Cabo Verde, pela Fundação para a Inovação da Democracia, e pela Agência Universitária da Francofonia. Este ato terá lugar neste sábado, dia 29 de junho, às 17 horas, no Centro de Convenções do Campus do Palmarejo.

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