Fábio Barros escolheu estudar Engenharia Informática e de Computadores na Universidade de Cabo Verde por várias razões. "Por ser um lugar onde tenho diversos familiares e o custo ser bem razoável, estudar aqui acabou sendo a melhor opção, já conhecia a Uni-CV e sabia que seria uma boa escolha," explica Fábio.
A adaptação à vida universitária não foi fácil para Fábio. "É uma realidade completamente diferente do que estava acostumado no ensino secundário. Longe de casa e de todo conforto, as exigências e responsabilidades aumentam, pois, investir no futuro exige gastar muito dinheiro. A ilha do Fogo é mais calma comparada a Santiago, que é mais desenvolvida em todos os aspetos. Sair de uma vida mais simples para a cidade grande foi um desafio, mas ter familiares aqui ajudou muito," conta ele.
Os primeiros meses foram especialmente difíceis. "As experiências mais marcantes foram pelo lado negativo," admite Fábio com um sorriso. "Estava acostumado a frequentar o quadro de honra e a ter excelentes notas, mas os primeiros meses aqui mostraram-me a realidade da vida. Aprendi que, mesmo tendo talento, o esforço é que faz a maior diferença. O ensino secundário não tem muita exigência, então não me esforcei tanto, e ao chegar aqui deparei-me com um nível de exigência elevado, o que me derrubou mentalmente, ainda mais num curso de engenharia. Mas a experiência tem sido incrível, e pouco a pouco as dificuldades estão sendo superadas com muito esforço e empenho."
O objetivo de Fábio é claro. "Quero obter um diploma de engenheiro informático e poder fazer a minha vida sem depender financeiramente dos outros. Com os conhecimentos adquiridos em engenharia, meu foco será trazer inovações tecnológicas que ajudem a minha ilha e também Cabo Verde a elevar seu nível tecnológico muito mais além. Existe uma tendência aqui em sempre desprezar licenciados locais, mas quero mostrar que Cabo Verde tem condições de formar bons engenheiros informáticos que podem ajudar o país a desenvolver tecnologicamente."