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Reitores e outros altos responsáveis de universidades de Portugal, Cabo Verde, Moçambique e Grécia, assim como investigadores daqueles países, reuniram-se, em Lisboa, para debater “A investigação e o ensino da Ação Humanitária em universidades de países de língua portuguesa”.

Estiveram presentes Jorge Ferrão, Reitor da Universidade Pedagógica de Moçambique, Nardi Sousa, Coordenador do projeto HumAct na Universidade de Santiago (Cabo Verde), Emília Afonso Nhalevilo, Reitora da Universidade Púnguè (Moçambique), Mário Jorge Brito Santos, Reitor da Universidade de Rovuma (Moçambique), Maria de Lourdes Gonçalves, pró-Reitora da Universidade de Cabo Verde, e Thalia Dragonas, Professora Emérita da National and Kapodistrian University of Athens. O ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, que coordenou os trabalhos, esteve representado pela sua Reitora, Maria de Lurdes Rodrigues.

A Pró-Reitora para Extensão Universitária afirma que falar de ensino e investigação da ação humanitária em Cabo Verde, em particular a sua inclusão nos dois pilares estratégicos do desenvolvimento da Universidade de Cabo Verde, implica levar em consideração um aspeto fundamental ligado à própria natureza arquipelágica do nosso país e sua vulnerabilidade aos desastres e eventos climáticos extremos. 

Maria de Lourdes Gonçalves avançou ainda que tais choques repetidos, derivados de eventos climáticos extremos e de crises sanitárias, têm ameaçado o progresso de desenvolvimento do país:  afetando a resiliência das famílias, sobretudo as mais vulneráveis, dificultando a sua capacidade de recuperação; afetando também a capacidade do próprio Estado em dar resposta célere e eficaz através de ações, de políticas públicas e de programas que implicam alocação de recursos financeiros e  mobilização da ciência e da técnica, enquanto recursos fundamentais disponibilizados pelas Instituições de Ensino Superior que podem constituir autênticos operadores, quando disponibilizados, requisitados e aplicados nestes contextos.

“É neste quadro de desafios grandes e complexos que a Universidade está a trabalhar para definir uma agenda humanitária que passa necessariamente pela definição e implementação de estratégias que visem criar competências endógenas para apoiar o estado e as famílias no enfrentamento dessas crises”, concluiu a Pró-reitora, sublinhando que o ISCTE pode ser um parceiro de primeiro plano, sem contar com outros parceiros regionais, no espírito de se criar uma capacidade inter-universidades, a fim de reforçar o contributo das instituições e países, para colmatar as lacunas na resposta humanitária com base nas necessidades, permitindo assim a rápida prestação de ajuda humanitária, em plena coordenação e sem sobreposições, com os mecanismos existentes.

Além de um seminário internacional, realizado a 21 de outubro, em que os intervenientes debateram o papel do ensino e da investigação na ação humanitária, decorre, entre 19 e 28 de outubro, um workshop do projeto HumAct, Mudanças Climáticas e Deslocamento, coordenado pelo ISCTE e no qual participam as universidades de Moçambique, Cabo Verde e Grécia.

O projeto HumAct responde a dois conjuntos principais de desafios e fornece uma solução integrada. O primeiro é o desenvolvimento de capacidades no ensino superior nos países parceiros; o segundo refere-se especificamente às necessidades de profissionalização do setor humanitário nesses países. O HumAct propõe-se a abordar essas questões, concentrando-se no aprimoramento das capacidades das IES nos países parceiros na área de ação humanitária (AH) por meio do desenvolvimento de currículos e de habilidades.

Em 2018, o ISCTE iniciou o desenvolvimento de um Programa em Ação Humanitária, que integra programas de ensino (uma pós-graduação e um mestrado), a participação em projetos de investigação nacionais e internacionais e ainda a realização de debates sobre o tema.

 
 

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