A Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) realizou, na quinta-feira, 23 de janeiro, mais uma edição da Noite de Leitura, uma iniciativa promovida pelo Instituto da Língua Francesa da Uni-CV, com o apoio da Embaixada de França em Cabo Verde e do Centro de Empregabilidade Francófono – Praia. O evento, realizado no Auditório 102 do Campus do Palmarejo Grande, reuniu estudantes do ensino secundário – em particular da Escola da Várzea – e membros da comunidade académica, Magnífico Reitor da Uni-CV, José Arlindo Barreto, e da Pró-Reitora para as áreas de Política Estudantil, Social e Extensão, Fátima Fernandes, numa celebração do prazer de ler e de partilhar textos em diferentes línguas, com destaque para o francês.
Segundo Diretor do Instituto da Língua Francesa, Abderahim Dia, “o objetivo fundamental das Noites de Leitura é promover o gosto pela leitura, tanto na língua francesa como em outros idiomas, e demonstrar aos jovens que o francês é acessível e pode ser desfrutado de forma interativa e dinâmica”. Para o responsável, estas atividades permitem a “valorização da literatura como parte essencial da cultura”, ao mesmo tempo que criam oportunidades de envolvimento para a nova geração, incluindo a possibilidade de atividades artísticas e eventualmente profissionais ligadas à prática da leitura em voz alta, acompanhada de música e de outras formas de expressão.
No que toca ao desenvolvimento da língua francesa em Cabo Verde, Abderahim Dia reconhece que a adesão do público tem crescido ao longo das edições, mas sublinha o desejo de alcançar “uma participação ainda maior, tanto de estudantes universitários quanto de alunos do ensino secundário”. O Instituto, que também organiza festivais de cinema inspirados em obras literárias, vê na literatura um elemento-chave para aproximar as comunidades locais da cultura francófona, fomentando a inclusão e o diálogo intercultural.
Ainda assim, o Diretor do Instituto admite que há desafios a vencer no processo, nomeadamente no que se refere à integração das atividades artísticas e literárias no quotidiano das comunidades, bem como à mobilização de mais escolas e parceiros. “Convidámos três escolas para esta edição, mas apenas a Escola da Várzea pôde estar presente. O nosso objetivo é alargar a rede de instituições envolvidas, criando um ecossistema que valorize a literatura e estimule tanto a leitura em voz alta como a criação de momentos artísticos que contribuam para o enriquecimento cultural e, simultaneamente, para a empregabilidade dos jovens”, pontua Abderahim Dia.
Sobre os planos futuros, o responsável adianta que o Instituto prevê realizar novas Noites de Leitura noutros espaços, procurando aproximar-se das comunidades e demonstrar como a prática leitora – seja em francês, português ou crioulo – pode abrir caminhos profissionais e promover a inclusão social. Nesse sentido, a iniciativa pretende reforçar a colaboração com escolas, associações culturais e demais agentes interessados em tornar o ato de ler num verdadeiro fenómeno coletivo, capaz de desenvolver competências linguísticas, criatividade e senso crítico.