A solução tecnológica SPD Drone Project, do Alumni da Uni-CV Érico Pinheiro foi escolhida e destacada pela revista online Africa Innovates como uma entre as cinquenta soluções africanas mais inovadoras para enfrentar a Covid-19 no continente africano. Esse projeto inovador é promovido e financiado pelo PNUD Cabo Verde, através da sua iniciativa Accelerator Lab.
O SPD-Drone Project é uma solução tecnológica para apoiar a luta contra a disseminação da Covid-19, nomeadamente na desinfestação de ruas bem como para prover serviços de logística e agricultura. O projeto tem estado testado na ilha de Santo Antão, numa parceria com o Ministério da Agricultura, para fazer testes ligados à agricultura. Também, na ilha do Maio, em parceria com a Câmara Municipal, o SPD-Drone Project está sendo utilizado para a desinfeção da lixeira.
O lançamento da revista Africa Innovates aconteceu no âmbito das comemorações dos 75 anos das Nações Unidas, e a mesma se propõe a ser uma plataforma para contar as histórias mais fortalecedoras sobre jovens promessas da África. A par da revista, foi apresentado o site Influenciadores Africanos para o Desenvolvimento.
A solução foi apresentada durante o Lab Open Day, uma iniciativa do Accelerator Lab do PNUD, um fórum aberto para inovadores e empresários na área das tecnologias e que visa fomentar e compartilhar novas ideias.
O seu projeto foi um dos destacados entre os cinquentas melhores em África, em resposta à Covid-19. Resumidamente, poderia explicar-nos o seu projeto?
O projeto visa a construção de drones multi-funcionais, desenvolvidos para suprir necessidades urgentes do nosso país,que irão atuar principalmente na agricultura e reflorestação.
Como surgiu esse projeto?
O projeto surgiu no âmbito do meu projeto de mestrado na Bridgewater State University. Tive uma conversa com um dos meus tios, sobre o meu avô que gosta de agricultura, mas devido à sua idade avançada, já não consegue realizar as tarefas como a sementeira. Daí surgiu a ideia de combinar a vontade de construir o meu próprio drone e ajudar o meu país com uma tecnologia que permita realizar tarefas de precisão, de forma remota. Daí surgiu o SPD Project (Seed Plant Drone for Reforestation).
Como surgiu essa paixão pela engenharia?
Desde criança, sempre gostei de brincar com eletrónicos, explorá-los, entendê-los e criar os meus próprios brinquedos. Inspirado pelo meu pai que é mecânico e os meus tios engenheiros, decidi seguir a engenharia eletrotécnica. No liceu, pedi aos meus pais para me matricularem na Escola Técnica João Varela, Porto Novo, Santo Antão, de onde sou natural. Depois do término, vim para São Vicente estudar na Universidade de Cabo Verde no curso de Engenharia Eletrotécnica, mas sentia que ainda me faltava algo, para realizar o meu sonho de trabalhar com automação e robótica. Sendo assim, ao invés de Eletrotécnica, decidi fazer a licenciatura em Engenharia Informática na Uni-CV. Mais tarde, com a parceria entre a Uni-CV e a Bridgewater State University, tive o privilégio de trabalhar com grandes professores e assim o sonho de trabalhar com a robótica ficou mais perto.
O que tem a dizer sobre a Universidade de Cabo Verde (Uni-CV)?
Foi muito importante para a minha capacitação como engenheiro informático, permitindo-me estar preparado para estudar e enfrentar muitas das adversidades académicas num país com uma educação formal de excelência como os Estados Unidos. Devido à parceria da Uni-CV com a Bridgewater State University, tive o privilégio de ganhar uma bolsa de estudos para os Estados Unidos – uma das melhores coisas que me podia ter acontecido a todos os níveis. Por isso sou grato também à Uni-CV pela oportunidade.