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Ao final de 4 anos de estudo, é regra que os alunos apresentem um estudo científico, para alguns cursos, e um projeto, para outros cursos. Os estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnológia normalmente apresentam um projeto de final de curso. Nessa linha, os estudantes de Engenharia Eletrotécnica desenvolveram vários projetos de qualidade e que podem ser implementados no futuro. Um dos projetos que se destacou foi o trabalho “Sistema de Controlo de Acesso” apresentado pelo estudante Hélder Gomes.

Recém-licenciado, aproveitou o seu cartão de estudante para trabalhar o projeto que já está na fase de teste na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), na Reitoria, para o controle de assiduidade de funcionários e, numa das salas do Campus de Palmarejo, para o controlo de acesso à sala.

Fomos conhecer esse jovem promissor, para saber mais sobre a sua criação. Confira na entrevista que se segue.

 

Uni-CV: O seu projeto foi um dos trabalhos que se destacou no seu curso. Resumidamente, poderia explicar-nos o seu projeto?

Hélder Gomes: O projeto de controlo de acesso foi o meu trabalho de final de curso, onde aproveitei o meu cartão de estudante para fazer o controlo de acesso aqui na Universidade de Cabo Verde. Esse trabalho está dividido em dois módulos: controlo de assiduidade de funcionários e controlo de acesso a sala. O primeiro módulo permite à Uni-CV fazer o controle de assiduidade do pessoal docente e não-docente, à chegada e quando saem do serviço. O processo é muito simples, basta o funcionário aproximar o seu cartão do leitor e fica tudo registado, depois o sistema envia o relatório de picagem para o departamento de recursos humanos ou para os serviços administrativos e financeiros. O outro módulo é de controlo de acesso à sala através do cartão de estudante. Como sabemos, as fechaduras comuns não emitem nenhum tipo de alerta caso haja um acesso não autorizado. Com o cartão de estudante, posso dar permissão a outra pessoa para entrar na sala; caso não tiver o acesso liberado a partir da terceira tentativa, o sistema envia uma mensagem (sms). Ainda, faz toda a logística de entrada e saída das pessoas na sala; caso falte algo na sala, sabe-se quem esteve na sala, em que dia e hora. Esse leitor está conectado com a base de dados da Uni-CV.

 

 Uni-CV: Como surgiu esse projeto?

HG: Durante a pesquisa para o trabalho de fim de curso, resolvi utilizar o meu cartão de estudante para desenvolver esse sistema. A priori a ideia era para uma outra instituição, mas falei com um colega, António Cipriano, ele disse-me que a Universidade já tinha um projeto parecido com o meu, mas a ideia era só para os funcionários. Então sugeriu que eu me apropriasse esse projeto da Uni-CV para o desenvolver. Então usei esse projeto e desenvolvi esses dois módulos de sistema de controle de acesso.

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Qual é o próximo passo depois da implementação do projeto piloto?

HG: Estou a trabalhar ainda no projeto, para depois apresentar ao Ministério da Educação e a outras instituições como, por exemplo, a Agência de Segurança Aeronáutica (ASA) para fazer desse projeto uma fonte de rendimento.

Como surgiu essa paixão para engenharia?

HG: Tudo que sou hoje é graças ao meu pai, que é um homem de sete ofícios, ele entende de tudo um pouco! Na minha infância passava muito tempo com ele, enquanto os meus amigos estavam a jogar bola, eu estava em baixo de um carro, por exemplo, a ajudar o meu pai a concertá-lo. Também a arranjar equipamentos velhos, e eu até abria os equipamentos eletrónicos para matar a minha curiosidade de saber como eram feitos. Foi assim que me apaixonei por essa área, mais precisamente pela Engenharia Aeronáutica. Quando terminei o secundário queria fazer esse curso em Portugal, no entanto, não consegui uma bolsa de estudos. Para não ficar sem estudar resolvi então estudar na Praia; nessa altura o curso de Engenharia Eletrotécnica era recente no ensino público. Eu não tinha nenhuma familiarização com o curso, o que resultou na reprovação logo no primeiro ano. Quando reprovei, resolvi dedicar-me e focar-me no estudo da engenharia e apaixonei-me pelo curso. Confesso que se não tivesse feito esse curso me arrependeria.

 

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O que tem a dizer sobre a Universidade de Cabo Verde (Uni-CV)?

HG: A Uni-CV, para mim, é uma boa universidade, não tenho nada de negativo a dizer. Durante o meu percurso académico, senti-me bem acolhido e tive condições para fazer o curso, com bons professores que estão sempre dispostos a ajudar. Gosto muito dessa universidade, por isso estou aqui todos os dias!

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