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A Universidade de Cabo Verde (UNICV), o Instituto do Património Cultural (IPC), e a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) realizaram no dia 06 novembro, no Auditório do Campus de Palmarejo, um seminário sobre a história de Cabo Verde, com objetivo de “relançar” as bases para a elaboração do quarto volume da História Geral de Cabo Verde.

Segundo o professor e investigador da Uni-CV, António Correia e Silva, com este seminário a universidade pretende criar um conjunto de ações e relançar estudos de história, tanto ao nível de licenciatura, como ao nível de pós-graduação. Para isso, propõe que se aproveite a experiência da Faculdade de Letras de Lisboa, para que possam cooperar tanto na dimensão do currículo, de troca de professores e de material didáctico, como na criação de uma via de arqueologia na licenciatura em História, no lançamento na Uni-CV de uma pós-graduação em Arqueologia e na criação de um núcleo de Estudos Africanos.

Ainda, o professor António Correia e Silva avançou que a Uni-CV tem moldado a criação de uma Cátedra de História e Património e, a partir dessa Cátedra, vão “desenvolver uma rede de cooperação com as universidades portuguesas, espanholas, brasileiras, americanas, e outras, para que a área da História tenha maior pujança no quadro da universidade e no país”.

Por sua vez, o presidente do IPC, Jair Fernandes, relembrou que desde 2002, não se deu a continuidade ao quarto volume, que reflete, em grande medida, a segunda metade do século XIX até à primeira metade do século XX, por isso há a necessidade de dar continuidade a este documento.

Para Jair Fernandes, há ainda a necessidade de trazer neste documento novas fontes, e uma multidisciplinaridade, ou seja, a inclusão da Arqueologia, Sociologia e da Antropologia salientando que este seminário vai trabalhar as cartas arqueológicas a nível nacional que se vai iniciar com a da Cidade Velha, que é um instrumento de gestão de território exigido pela UNESCO.

Relativamente a um dos painéis em debate “Fará sentido um projeto de resgate documental pela via da publicação de corpos documentais?”, o conservador do Arquivo Histórico Nacional de Cabo Verde, Martinho Brito, disse que a missão do arquivo é de resgatar os documentos da história de Cabo Verde, ainda que de forma digital, para que todas as universidades do país tenham oportunidade de acesso.

“A nossa missão é de tentar fazer o resgate e hoje viemos cá para ouvir os colegas e parceiros para vermos a melhor forma de o fazermos, porque já vimos que sozinhos não conseguimos”, disse, informando que iniciaram este processo com Portugal, mas que ainda falta guardar e tratar os documentos para trazer para Cabo Verde.

Questionado se o arquivo tem capacidade para hospedar todos esses documentos, o conservador assegurou que em termos de espaço físico o arquivo está esgotado, mas em termos de espaço web digital esta instituição tem, em termos documentais, um dos maiores servidores do país.

Durante este seminário foram discutidos ainda temas como “A História Geral de Cabo Verde e a necessidade de desbravar novas fontes: caso da Arqueologia” e a “História Geral de Cabo Verde: Balanço de uma experiência de cooperação, o impacto dos volumes publicados e as perspectivas”.

 

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