No âmbito do doutoramento em Gestão Políticas e Ambientais (DGPA), lecionado na Escola de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade de Cabo Verde, o Professor José Henrique Gomes Correia defendeu a sua tese intitulada « Análise Integrada de Políticas Ambientais: Exploração de Recursos Geológicos na Ilha de Santiago Cabo Verde », no dia 5 de janeiro, sob a coorientação científica da Professora Sónia Silva (Uni-CV) e do Professor Luís Santos (Instituto Politécnico de Tomar, Portugal).
Na investigação levada a cabo pelo investigador, concluiu-se que em Cabo Verde a exploração de recursos naturais constitui um dos grandes problemas ambientais, apesar da legislação ambiental existente. Tais problemas ambientais associam-se de certo modo às vulnerabilidades socioeconómicas, à aplicação da legislação ambiental, assim como à fiscalização. As praias, montanhas rochosas e bacias hidrográficas, sobretudo na ilha de Santiago, têm sofrido e continuam sofrendo pressão antrópica pelas famílias de baixa renda e empresas de construção civil, na procura de material destinado às obras públicas e privadas, com impactes ambientais negativos nos locais de exploração.
Os dados que foram recolhidos através de inquéritos por entrevistas efetuados nos concelhos de São Miguel e Tarrafal de Santiago revelam que a maioria dos extratores de recursos geológicos são do sexo feminino e de escolaridade carente. Todavia, o processo é complexo e o lucro é reduzido. Consta que a atividade extrativa evoluiu das praias para as bacias hidrográficas e montes rochosos.
Contudo, nota-se cada vez menos efetivos nesta prática, sobretudo os mais jovens. Em suma, de modo a resolver a situação socioeconómica dos extratores e minimizar os efeitos negativos sobre o ambiente, produziu-se um modelo de sustentabilidade ambiental integrado que visa minimizar os impactes sobre o ambiente e garantir algum sustento das famílias.
O DGPA é um programa de Doutoramento da Uni-CV, que funciona com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian (Portugal) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES, Brasil), e o envolvimento ativo das Universidades da Rede de Estudos Ambientais em Países de Língua Portuguesa (REALP).