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A Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) acolheu, na terça-feira, 8 de julho de 2025, a sessão de abertura do V Simpósio Ibero-Afro-Americano de Riscos, que decorre até ao dia 10 de julho, sob o lema “Território, Desenvolvimento e Risco: Das Estratégias Globais às Ações Locais”. A realização deste importante evento internacional em território cabo-verdiano marca a sua estreia em solo africano, evidenciando o reconhecimento da excelência científica e organizativa da Uni-CV a nível nacional e internacional.

Organizado com o apoio da FCT e do Centro de Investigação em Desenvolvimento Local e Ordenamento do Território (CIDLOT), o simpósio constitui uma plataforma de partilha de conhecimentos sobre riscos nas suas múltiplas dimensões  naturais, tecnológicos, sociais e sistémicos, com enfoque nas realidades locais e regionais. Reunindo mais de 150 participantes provenientes de 14 países, com 146 comunicações orais e em formato de póster, o evento reforça o papel da academia na construção de soluções assentes na ciência, na colaboração e na inovação.

A cerimónia de abertura contou com a presença de distintas personalidades e representantes de instituições parceiras, entre as quais a Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança (RISCOS), representada pela sua presidente,  Fátima Vélez de Castro, e o Comandante Marco Martins, diretor da Escola Nacional de Bombeiros e vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses. Ambos sublinharam a importância da ciência e do intercâmbio académico na prevenção, mitigação e resposta a riscos, sobretudo em contextos de crescente vulnerabilidade.

A Universidade de Coimbra também marcou presença, representada pelo Paulo Nossa, do Departamento de Geografia e Turismo, que destacou a forte parceria com a Uni-CV, especialmente no âmbito do mestrado integrado em Medicina, classificando a colaboração como “exemplar”.

Na sua intervenção, o Reitor da Uni-CV, José Arlindo Barreto, destacou a urgência de refletir e agir face aos riscos contemporâneos que afetam os territórios, as populações e os ecossistemas. “As universidades e os investigadores têm uma responsabilidade acrescida: agir com base na ciência, formar profissionais e influenciar políticas públicas para construir comunidades resilientes”, afirmou.

Cabo Verde, enquanto país arquipelágico de origem vulcânica, enfrenta desafios significativos relacionados com a desertificação, erosão costeira, escassez hídrica, desigualdades e urbanização desorganizada. Neste contexto, o simpósio surge como um chamamento à ação consciente e informada, promovendo uma educação para a redução dos riscos e apelando a que os debates científicos se traduzam em impacto direto nas comunidades.

A conferência de abertura, intitulada “Proteção do Solo e Combate à Desertificação: Desafios, Experiências e Soluções em Teste no Nordeste de Portugal”, foi proferida pelo Professor Tomás Figueiredo, professor e coordenador do Centro de Investigação de Montanha do Instituto Politécnico de Bragança. A moderação esteve a cargo da Professora Sónia Silva, diretora do CIDLOT e representante da Comissão Organizadora Local. A sessão foi considerada profundamente enriquecedora pelos participantes, pela pertinência do tema e pela qualidade das intervenções.

O V Simpósio Ibero-Afro-Americano de Riscos demonstra que, perante desafios globais cada vez mais complexos, é possível construir pontes de cooperação e esperança, contribuindo de forma efetiva para a justiça social, económica e climática  rumo a um futuro mais seguro, justo e resiliente.

O evento decorre até ao dia 10 de julho e conta com uma programação diversificada. Para mais informações sobre o evento, consulta a página oficial do simpósio https://vsiaar.riscos.pt/.

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