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A Universidade de Cabo Verde inaugurou na segunda-feira, 9 de setembro, o Simpósio Internacional "Amílcar Cabral: Um Património Nacional e Universal" no Centro de Convenções, Campus do Palmarejo Grande. Este evento, que decorre até ao dia 12 de setembro, assinala o centenário do nascimento de Amílcar Cabral, uma das figuras mais influentes na luta pela libertação e reconhecido líder africano do século XX.

Durante a sessão solene de abertura, presidida pelo Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, foi enaltecida a figura de Amílcar Cabral. "Amílcar Cabral é efetivamente um património da humanidade. Ele é tão grande que extravasa as fronteiras de Cabo Verde, da Guiné-Bissau e da África e já não faz sentido sequer falar dos estreitos corredores dos partidos políticos. Cabral é um património da humanidade", afirmou o Presidente Neves. Segundo ele, Cabral não apenas lutou pela independência, mas também aspirou à construção de um futuro promissor para as nações, baseado na dignidade humana, liberdade e justiça social.

O Reitor da Uni-CV, José Arlindo Barreto, destacou a relevância de Cabral como pai da independência de dois países africanos e a sua influência nos movimentos de descolonização do Império Português. "Amílcar Cabral foi um visionário que conseguiu a rara proeza de unir teoria e prática, e é estudado nas principais universidades pelo mundo", destacou Barreto.

O evento também contou com a presença Comandante Pedro Pires, Presidente da Fundação Amílcar Cabral, que relembrou a dívida histórica e ética para com Cabral, lamentando o seu assassinato e reconhecendo a falha que permitiu tal ato. "A sua liderança e legado continuam a inspirar-nos a lutar pela justiça e liberdade", afirmou Pires.

O Secretário-Geral das Nações Unidas também prestou homenagem, reconhecendo Cabral como uma das personalidades mais destacadas do século XX e enfatizando a sua importância no contexto internacional. "Amílcar Cabral foi um defensor dos princípios e valores da Carta das Nações Unidas, e a sua ação diplomática foi crucial para manter a descolonização na agenda da ONU", afirmou.

Ana Maria Cabral, representante da família, enfatizou a simplicidade e a profundidade do pensamento de Cabral e a sua atualidade no cenário global. "As ideias de unidade e luta de Cabral são imensamente relevantes hoje, quando enfrentamos desafios globais que exigem coesão e ação conjunta", refletiu Ana Maria durante seu discurso.

Este evento celebra o legado de um dos maiores líderes africanos como também propõe uma reflexão sobre a atualidade das suas ideias e a sua aplicação nos desafios contemporâneos. A série de conferências e debates continuará até o dia 12 de setembro, alternando entre Cabo Verde e Guiné-Bissau, unindo académicos, políticos e cidadãos num diálogo enriquecedor sobre a história e o futuro de África.

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