A Alta Autoridade para a Imigração (AAI) e o Centro de Investigação em Género e família da Uni-CV, com apoio do UNFPA - Cabo Verde, estão a preparar o Projeto “MGF – conhecer e capacitar para melhor intervir”, que tem por objetivo indicativo criar mecanismos que possibilitem uma intervenção eficaz a nível nacional face à MGF e suas dimensões (não só na questão de prevenção e deteção de casos, mas também em saber lidar com as consequências/complicações resultantes da MGF).
O projeto é composto por 3 componentes, sendo um deles o desenvolvimento de ações de prevenção e disseminação de informações sobre esta prática, suas consequências e enquadramento legal.
Neste âmbito, está prevista a realização de uma conversa aberta, em Santa Catarina, intitulada “Mutilação Genital Feminina e seus impactos na saúde da mulher”, a ser realizada no dia 30 de julho, pelas 15h00, no Liceu Amílcar Cabral, destinada à meninas e mulheres pertencentes a comunidades imigradas em Cabo Verde.
Cabo Verde é hoje um país de imigração e acolhimento, recebendo pessoas de diferentes nacionalidades, países, culturas e religiões.
Os projetos migratórios são movidos, em geral, por oportunidades económicas, mas os processos de chegada, permanência e integração demandam a atenção para dimensões várias relacionadas, entre outras, com educação, acesso aos serviços, e também práticas culturais. Neste tocante, importa considerar e valorizar a diversidade cultural que a imigração carrega, mas também é fundamental identificar, prevenir e combater possíveis práticas nefastas que ferem os direitos humanos e violam o quadro legal dos países.
Uma destas práticas é a Mutilação Genital Feminina (MGF) que está presente em vários países de origem de imigrantes que residem em Cabo Verde.
Esta atividade enquadra-se ainda na comemoração do Dia Internacional da Mulher Africana, comemorado anualmente a 31 de julho, instituída em 1962, na Conferência das Mulheres Africanas, realizada em Dar-Es-Salaam (Tanzânia).