A Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) acolheu, na passada sexta-feira, 28 de março, a conferência de encerramento do projeto "Pilon Di Mudjer/Senhoras de Si", financiado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua. O evento, que decorreu na Mediateca da universidade, celebrou um ano de esforços conjuntos entre a Uni-CV, a Associação P&D Factor, a Associação Cabo-verdiana de Luta contra a Violência Baseada no Género (ACLCVBG) e a Associação Feministas em Movimento (FEM), visando a promoção da igualdade de género, direitos humanos e empoderamento feminino.
A abertura do evento ficou a cargo da Presidente da Faculdade de Ciências e Tecnologia, Maria dos Anjos, que enfatizou o compromisso permanente da universidade com a igualdade de género, fazendo referência à celebração do Dia da Mulher Cabo-verdiana, ocorrido a 27 de março. Alice Frade, coordenadora geral do projeto, destacou a metodologia participativa adotada, permitindo às mulheres formadas assumirem, posteriormente, o papel de formadoras, reforçando assim o empoderamento das participantes.
Na conferência inaugural intitulada "A Igualdade de Género e os Desafios de Gestão da Mudança na Sociedade", o psicólogo e pedagogo Vítor Borges discutiu desafios e oportunidades na implementação de políticas e práticas sociais que promovam a equidade. De seguida, um painel apresentou os resultados obtidos ao longo do projeto, salientando as lições aprendidas e os desafios enfrentados.
O evento contou ainda com uma conferência dedicada ao papel da comunicação social na promoção da igualdade, intitulada "A Comunicação Social, Jornalismo, Media & Igualdade – saber, ideias e estratégias", proferida pela jornalista e investigadora Sofia Branco. A intervenção sublinhou a importância dos media na construção de narrativas que apoiem e promovam a igualdade de género.
No discurso de encerramento, o Vice-Reitor para as áreas de Ensino, Formação e Inovação Pedagógica da Uni-CV, Jorge Tavares, realçou o impacto positivo do projeto na sociedade cabo-verdiana, afirmando que o mesmo constitui "um marco na luta pela valorização, capacitação e fortalecimento das mulheres cabo-verdianas". Jorge Tavares deixou claro que este projeto "não termina aqui, mas constitui um novo ponto de partida para um Cabo Verde mais justo e igualitário".
Por sua vez, Antonieta Martins, docente da Uni-CV e coordenadora nacional do projeto, explicou que a iniciativa nasceu de atividades prévias realizadas tanto pela universidade como pela ACLCVBG, visando combater a violência baseada no género. Martins frisou que o projeto teve como público-alvo mulheres das comunidades, jovens estudantes universitários e adolescentes nas escolas secundárias da ilha de Santiago. Foram realizadas diversas formações e ações de sensibilização em parceria com autarquias locais e instituições escolares, abordando questões relacionadas com a violência baseada no género, sexualidade e saúde reprodutiva.