Wilson-Monteiro_7cc95.jpegOs investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade de Cabo Verde, Wilson Léger M. Monteiro, Jackson A.  Léger Monteiro e Clarice Pires Monteiro, avaliaram o desempenho energético de uma caverna natural marítima localizada na Cidade-Velha (Santiago, Cabo-Verde) para fins de produção de energia elétrica. Os resultados de investigação fazem parte do estudo publicado na prestigiada revista internacional, Journal of Ocean Engineering and Mirine Energy.  

A investigação mostra que a central projetada, na caverna natural, além de fornecer energia elétrica a pelo menos 13 residências com perfil de consumo semelhante ao da Cidade-Velha, representa uma economia anual de 2.412,9 L de diesel e uma quantidade de 6314.56 kg de dióxido de carbono que anualmente não é emitida para o meio ambiente. Assim sendo, as ondas do mar são fontes de energia amigas do Planeta.

Para o investigador Wilson M. Léger Monteiro, “as vantagens da utilização das cavernas naturais são várias”, a começar pela sua durabilidade. “Estamos a usar estruturas que ao longo do tempo foram testadas por climas de ondas agressivas, tendo resistidas com sucesso”. “Outra vantagem está associada a redução de custos de construção civil associados a uma central de dispositivo”, adiantou.

“À medida que as ondas se aproximam das cavernas, a coluna de ar aprisionada no interior das rochas sofre um aumento significativo de pressão, pelo que é obrigada a sair para fora através de orifícios existentes na superfície rochosa. Da mesma forma, quando as ondas se afastam há uma diminuição da pressão do ar no interior das cavernas e, desta vez, o ar é sugado da atmosfera para dentro das rochas, subentende-se as furnas”.

Esse fluxo de entrada e saída de ar, pode ser aproveitado para fazer mover uma turbina de ar que, por sua vez, estará conectada a um gerador elétrico para produzir eletricidade limpa. Estão já referenciadas várias furnas à volta da ilha de Santiago, embora o estudo deva ser alargado para outras ilhas, se para tal conseguir obter financiamento.

Na prática, a ideia é “aproveitar o que a natureza já fez — as cavernas naturais”. A intenção é “adaptar um sistema turbo gerador nestas furnas e aproveitar o fluxo de ar que entra e sai destas infraestruturas naturais para produzir eletricidade limpa”. 

Para a realização das medições (realizadas em junho), os investigadores equiparam o orifício da Caverna Natural com um manancial de equipamentos construídos aqui em Cabo Verde, aliás este acaba por ser um do aspeto bastante peculiar deste trabalho.

Está em curso outros projetos, relevantes, que visam aprofundar os aspetos de produção de eletricidade da central, já equipada com o turbogerador. Neste sentido, novas publicações relevantes se avizinham. 

 

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