O rápido surgimento e surpreso da COVID-19 afetou até agora três milhões e matou duzentas mil pessoas em todo o mundo em menos de cinco meses, conforme os dados da Organização Mundial da Saúde e do Centro de Recursos da Universidade Americana - Johns Hopkins, que monitora a evolução do vírus no mundo todo.
O comportamento mutante desse vírus levou muitos especialistas a se concentrarem em simular sua dinâmica de propagação para se ter uma perspectiva estimada da realidade e, assim, apoiar os governos nacionais na tomada de decisões ao enfrentamento da COVID-19.
O nosso país não foge à regra da situação crítica em que se encontra o mundo, especialmente quando se analisa o sistema de saúde dos países pobres como o nosso para o enfrentamento desta doença.
Enquanto cientistas não desenvolvem uma vacina eficaz, o isolamento social tem sido a melhor recomendação para achatar a curva do número de pessoas afetadas e, consequentemente, o número de óbitos.
O docente e investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Cabo Verde, Professor Doutor Adilson Silva elaborou um artigo “Modeling COVID-19 in Cape Verde Islands – An application of SIR model”, recomenda o aumento de testes ao máximo do número possível de pessoas. O artigo submetido à Revista internacional do grupo Elsevier, objetiva analisar a simulação da dinâmica de propagação da COVID-19 nas ilhas de Cabo Verde, mais concretamente nas ilhas de Santiago e Boavista. A escolha de Santiago baseia-se no fato de ser a maior ilha, com mais de 50% da população do país, enquanto a Boavista foi onde o primeiro caso da COVID-19 em Cabo Verde foi diagnosticado.
No estudo, o autor apresenta e discute o modelo e a metodologia adotada, bem como a projeção da Covid-19 em Cabo Verde para os próximos 3 a 6 meses. Por fim, recomenda-se o aumento de testes o máximo possível e estendê-lo para outras classes, como idosos, indivíduos com deficiência ou comorbidades e profissionais de saúde no local. O docente aconselha a triagem aleatória de indivíduos na sociedade. A medida de distanciamento social deve continuar pelo menos 35 a 45 dias.