No passado dia 28 de outubro, a docente Zenaida Leite, da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), defendeu com êxito a sua tese de doutoramento em Gestão de Empresas na Universidade do Minho, em Portugal. O trabalho, intitulado “Microfinance institutions managers' motivation towards green microfinance: The cases of Cabo Verde and Brazil”, recebeu a aprovação unânime do júri e a classificação de "Muito Bom".

A tese de Zenaida Leite aborda o tema emergente das microfinanças verdes, que busca integrar práticas de sustentabilidade ambiental no setor de microfinanças. Esta área, ainda pouco explorada, tem como objetivo aliar o desenvolvimento económico e social à preservação ambiental, promovendo um crescimento sustentável.

Sobre a sua caminhada académica, a nova doutora afirmou: “Foi um grande desafio, mas encarei este trabalho com a firme convicção de estar a contribuir para a evolução teórica e prática das microfinanças verdes.”

O estudo explora as motivações e barreiras enfrentadas pelos gestores de Instituições de Microfinanças (IMFs) em Cabo Verde e no Brasil na promoção de produtos financeiros que incorporam práticas ambientais sustentáveis. Embora estas instituições desempenhem um papel crucial na redução da pobreza, alguns projetos por elas financiados podem ter impactos ambientais negativos.

A investigação de Zenaida Leite evidenciou que, apesar da motivação pessoal dos gestores para promover iniciativas verdes, fatores externos limitam a implementação dessas práticas. Entre as barreiras identificadas estão a falta de políticas de apoio financeiro e regulatório, restrições orçamentais e a ausência de critérios ambientais exigidos por investidores e doadores.

Os resultados do estudo apresentam um conjunto de recomendações para o desenvolvimento e fortalecimento das microfinanças verdes, destacando o papel essencial dos governos, investidores, doadores e órgãos de supervisão. Entre as sugestões estão:

  • Criação de políticas de apoio financeiro e regulatório para incentivar as IMFs a adotarem práticas sustentáveis.
  • Exigência de critérios ambientais por parte dos investidores no financiamento de projetos, promovendo a responsabilidade ambiental.
  • Fortalecimento da supervisão em relação à sustentabilidade ambiental nas atividades das IMFs.

As próprias Instituições de Microfinanças são encorajadas a:

  • Adotar práticas internas como a alocação de orçamentos específicos para a capacitação dos colaboradores em questões ambientais.
  • Consciencializar os clientes sobre a importância da sustentabilidade ambiental.
  • Investir em tecnologias inovadoras que facilitem processos de inovação e reduzam os riscos operacionais.
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