No âmbito de um projeto financiado pela Young African Researchers in Agriculture (YARA) o docente da Universidade de Cabo Verde, Prof. Vladmir Silves Ferreira, publicou recentemente um estudo intitulado: The Impacts of  School Closures on Small Family Farmers due to Covid-19 in Cabo Verde.

Esta investigação visou avaliar como o encerramento de escolas devido à COVID-19 afetou a produção e venda de produtos agrícolas de agricultores que estavam envolvidos no programa de alimentação escolar; que outros mercados serviram como alternativa para a comercialização dos produtos; que restrições tiveram no acesso a estes mercados alternativos; e que tipo de apoio foi mobilizado. 

Para este estudo, recolheu dados de agricultores que forneceram produtos alimentares às escolas através do projeto “Práticas agroecológicas e marketing participativo como instrumento para a nutrição escolar e segurança comunitária” para as populações rurais das ilhas de Santo Antão e do Fogo. 

O estudo conclui que os agricultores das ilhas do Fogo e Santo Antão enfrentaram desafios diferentes durante o período de emergência e de encerramento das escolas devido à pandemia de COVID-19. 

No Fogo, os agricultores produzem principalmente culturas de sequeiro como milho, feijões e frutas como maçãs, pêssegos e uvas. Com o encerramento das escolas, os agricultores optaram por aumentar o tempo de secagem e armazenamento dos produtos. 

A ilha de Santo Antão é uma região de produção predominantemente irrigada de legumes. Os principais produtos fornecidos às escolas eram frescos vegetais tais como cenouras, batatas e tomates. Devido ao estado de emergência e ao encerramento das escolas, canalizaram os produtos para assistência alimentar a famílias em risco como parte do programa governamental para combater a insegurança alimentar causada pelo confinamento. 

Os Pequenos agricultores familiares das duas ilhas apontaram que as restrições de mobilidade durante o período de quarentena dificultaram o envio de produtos para as maiores cidades do país. Em termos de apoio institucional, os pequenos agricultores familiares do Fogo e Santo Antão assinalaram que foi muito pequeno e sem critérios bem definidos.

De referir ainda que o estudo foi publicado pelo PLAAS - Institute for Poverty, Land and Agrarian Studies, da University of the Western Cape, Africa do Sul e pode ser consultado aqui.

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