MREvora

A tese intitulada Cabo Verde na Direção de uma Economia Descarbonizada - Desafios para a Produção e o Uso do Biodiesel do Manuel Évora, estudante do doutoramento em Gestão Políticas e Ambientais da Escola de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade de Cabo Verde (ECAA-UniCV), defendida na quinta-feira, dia 22 de abril, conclui que o sistema do biodiesel da jatropha (Purgueira) é um sorvedor de CO2 e pode ser um consumidor controlado para absorver excedente em energia limpa com um elevado rácio de energia líquida.

O estudo pretendeu avaliar a reintrodução da jatropha (Purgueira) como uma planta de eleição para contribuição para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e avaliar o potencial, os limites, os riscos e os benefícios da produção de biodiesel em Cabo Verde, a partir da Jatropha Curcas L. Com uma abordagem interdisciplinar e sistêmica, a tese avalia o potencial da produção de biocombustíveis em Cabo Verde, tendo em vista as caraterísticas climáticas particularmente diferenciadas entre as ilhas, a escassez hídrica e as peculiaridades geopolíticas do arquipélago, levando em conta os riscos e benefícios desta intervenção agroindustrial e o seu impacto na matriz energética e na segurança alimentar do país.

Partindo de dados secundários, analisou-se os impactos que a produção de biocombustíveis de um modo geral, e de biodiesel em particular, poderão causar sobre a economia, o meio ambiente, a geração de emprego e renda e a estrutura organizacional da agricultura tradicional de Cabo Verde. Com base nos resultados obtidos, foram discutidos os caminhos para o equacionamento de um modelo sustentável para produção de biodiesel que não comprometa a segurança alimentar em Cabo Verde, que assegure a inclusão social, a contribuição para a independência energética e a prudência ecológica.

O aquecimento global e mudanças climáticas são, neste momento, a principal preocupação na agenda das Nações Unidas, organização representante da comunidade de Estados de todo mundo, que assumiu o objetivo da redução da emissão de gases de efeito de estufas (GEE) e a justiça social consubstanciados nos ODS na Agenda 2030. 

Cabo Verde, membro da Organização das Nações Unidas, vincula-se ao citado objetivo e à Agenda 2030, expressa através da Nationally Determined Contributions (NDC), onde se encontra expressa a (re) florestação como uma das medidas de mitigação da emissão de GEE e combate às mudanças climáticas. 

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