Num avanço para a educação em ciências e matemática em Moçambique, a investigadora e docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Uni-CV, Astrigilda Silveira, anunciou resultados promissores. Estes resultados fazem parte do seu projeto de pós-doutoramento em Educação Matemática, realizado no Centro de Investigação e Inovação (inED) da Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto e orientado pelo investigador José Manuel Santos dos Santos.
O projeto abordou duas áreas temáticas essenciais do inED: a formação de professores e os desafios para a sociedade e educação. A pós-doutorada não só cumpriu os objetivos traçados para este trabalho como também atendeu às preocupações da unidade de investigação, designadamente, lidar com os contextos de prática profissional, a internacionalização, a ligação entre a investigação e a educação/formação e o desenvolvimento da identidade e permeabilidade das áreas de investigação.
No âmbito do referido projeto, estão em desenvolvimento 10 artigos científicos dos resultados das experiências implementadas em salas de aulas para publicação numa Revista Internacional, até a primeira quinzena de janeiro de 2024, em que a pós-doutorada e o orientador serão co-autores.
Além disso, quatro artigos adicionais estão a ser preparados para publicação em revistas indexadas SCOPUS, com um deles programado para ser publicado em abril de 2024 pela revista "Education Sciences".
A investigação também levará à certificação de pelo menos 20 professores em Moçambique como Formadores em GeoGebra de nível II, pelo Instituto GeoGebra Internacional. O projeto envolveu 38 professores dos diferentes níveis de ensino e 821 alunos em 134 sessões de trabalho, totalizando 319 horas. A Faculdade de Ciências Naturais e Matemática da UP-Maputo reconheceu e certificou 38 professores e 129 estudantes pelo seu envolvimento e contribuição ao projeto.
Num encontro de confraternização, a investigadora principal, Astrigilda Silveira, foi homenageada com um certificado de mérito, e o Diretor da Faculdade destacou o impacto significativo do GeoGebra na resolução de problemas didáticos em matemática, química e física.
Apesar dos avanços, o projeto também identificou desafios, incluindo a falta de infraestrutura tecnológica em escolas moçambicanas e a necessidade de formação contínua para professores. No entanto, os resultados alcançados até agora são um testemunho do potencial do GeoGebra e da educação STEAM para transformar o ensino de ciências e matemática em Moçambique. O projeto também lançou as bases para a consolidação e expansão do Instituto GeoGebra em Moçambique, com planos para desenvolver competências tecnológicas e didáticas de professores e estudantes, entre 2024 e 2026.
O projeto demonstrou que, apesar dos desafios, "onde não havia janelas, inventaram-se". Ele serve como um modelo para outros países dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e aponta para um futuro onde a tecnologia é uma parte integrante do ensino e aprendizagem em ciências e matemática.