Cabo Verde conta com mais 17 médicos formados pela Universidade de Cabo Verde, fruto de uma parceria com a Universidade de Coimbra, através do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) que teve o seu arranque em 2015, com 25 estudantes.
Seis anos após a implementação do primeiro curso de MIM, em Cabo Verde, a maior instituição do ensino superior do país, colheu no sábado os primeiros resultados, no Centro de Convenções do Campus do Palmarejo Grande, com a cerimónia de outorga aos primeiros médicos formados. Na ocasião, a Coordenadora do MIM, Antonieta Martins, classificou o dia de imposição de fitas como um momento muito especial para a Uni-CV e para Cabo Verde.
“É um projeto de Cabo Verde: foi lançado pelo Governo de Cabo Verde que a Uni-CV abraçou com a sua parceira, a Universidade de Coimbra. Os pais e os estudantes ajudaram a concretizar este dia. A felicidade é de todos; o resultado e o sucesso é de todos. Passamos muitos anos em silêncio; agora mostramos que valeu a pena e que Cabo Verde é capaz. A Uni-CV é capaz de dar o seu máximo para mudarmos o paradigma da saúde em Cabo Verde,” apontou Antonieta Martins.
Presente no ato esteve o Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), Robalo Cordeiro, que se comprometeu-se a alargar o âmbito do projeto à formação avançada, nomeadamente ao programa de Doutoramento em Ciências da Saúde da FMUC. “Este é o meu compromisso que fica: a criação de vagas especificas para docentes da Uni-CV e também médicos licenciados ao abrigo deste protocolo.”
A Reitora da Uni-CV, Judite Medina do Nascimento, durante a sua intervenção no ato de imposição de fitas aos primeiros médicos formados em Cabo Verde, lembrou a ousadia da aposta na formação em Medicina.
“Em Março de 2014, após tomar posse como Reitora, solicitei uma audiência com o Primeiro-ministro, para lhe dar a conhecer os desafios e metas que estavam definidos no nosso programa para o mandato de 4 anos, que se iniciava, mostrando disponibilidade para integrar as expetativas e programas que o Governo tinha na sua estratégia e programa de governação e que concernia ao Ensino Superior. José Maria Neves disse-me que considerava o programa que lhe apresentei muito ousado e que queria adicionar alguns desafios, entre os quais destacou a implementação de uma licenciatura em medicina na Universidade de Cabo Verde. Eu acredito que nesse dia aconteceu um momento importante para a história do projeto.”, adiantou Judite Medina dos Nascimento.
Hagi Lopes, em representação dos finalistas, destacou o percurso como muito gratificante. Foi um longo percurso, árduo, mas hoje se materializou um sonho. Eu gostaria muito de ser cirurgião. Não há limites para os sonhos, e as pessoas devem ter uma ambição. Este curso, se não fosse a ambição e vontade de certas pessoas de ver o país a crescer, hoje não estaríamos cá. E depois o fato de haver pessoas com capacidade de abraçar uma causa e acreditarem e serem resilientes acaba por marcar toda a diferença do curso de medicina.
O ano de 2021 foi marcado pela conclusão dos estudos da primeira turma. Muitos foram os desafios e dificuldades, mas com muito empenho, dedicação e espírito de sacrifício, 17 dos 25 estudantes que iniciaram os estudos em 2015 concluíram o curso, com sucesso, e com bom aproveitamento, representando assim a primeira “fornada” de médicos formados em Cabo Verde.