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O Governo das Canárias, com o objetivo de fomentar o apoio, a produção e a disseminação do conhecimento científico, subsidia através da União Europeia a promoção do desenvolvimento social do país e dos países parceiros. Neste contexto, se desenvolve o projeto Redes de Cooperação Interuniversitária Canárias-África: Pesquisa, Inovação e Avaliação de Metodologias Colaborativas em Políticas de Igualdade.

O projeto visa formar uma rede entre as universidades das Canárias e dos países da África para o desenho, a aplicação e a avaliação de políticas de igualdade através do desenvolvimento de metodologias colaborativas inovadoras em contextos universitários.

A Rede congrega a Universidade La Laguna (Canárias), a Universidade de Las Palmas de Gran Canaria (Canárias), a Universidade de Cabo Verde, a Universidade de Letras e Ciências Humanas de Bamako (Mali), a Universidade de Nouakchott (Mauritânia) e a Universidade Hassan II - Casablanca (Marrocos). 

O projeto encontra-se na segunda fase. Sob a liderança do Centro de Investigação e Formação em Género e Família (CIGEF) da Uni-CV propôs-se, inicialmente, o autodiagnóstico da instituição, situação das políticas de igualdade e governança e a realização de ações comuns.

A diretora do CIGEF, Clementina Furtado, explica que a primeira fase centrou-se essencialmente na definição de objetivos formais focados no autodiagnóstico com o intuito de trabalhar nas medidas e produções comuns. Durante a primeira fase, teve ainda um encontro na Universidade de La Laguna (a instituição que coordena o projeto), tendo participado um elemento de cada universidade participante. Foi um momento não só de partilha dos resultados do diagnóstico inicial, mas também de capacitação de todos os presentes, para o seguimento da segunda fase. Clementina Furtado afirma que apesar das dificuldades o centro tem conseguido atingir as metas definidas.

“Conseguimos atingir tudo o que foi previsto para essa etapa. Apesar de alguns desafios, conseguimos pôr de pé algumas atividades que tinham sido planificadas. Estamos também a conseguir resultados que poderão ajudar o nosso processo de aperfeiçoamento. 

A diretora do CIGEF revela ainda que uma das atividades programadas é a elaboração do plano de igualdade da Universidade de Cabo Verde. “Isso é uma das boas práticas da Universidade La Laguna. O encontro na ULL permitiu ver os pontos fortes, os fracos e as boas práticas de cada universidade, daí que constituiu uma oportunidade de ver o que as outras universidades têm e o que poderia ser utilizado como boas práticas. E essa é uma atividade essencial. 

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A responsável pelo projeto, María Inmaculada Pérez da ULL, universidade que lidera o projeto, disse que um dos objetivos é a partilha de conhecimentos de forma a permitir uma interdisciplinaridade extremamente enriquecedora com discussões e conclusões que envolvem estudos das políticas de igualdade. 

“Para consolidar essa rede e dar continuidade a diferentes políticas, também queremos usar, precisamente por causa da distância entre alguns países, tecnologias elásticas para podermos compartilhar documentos para formar um conhecimento conjunto a fim de nos apoiarmos mutuamente.”

Ao se estabelecer uma visão íntegra dos elementos, começa-se a aprovação formal das ferramentas que cada instituição decidiu desenvolver. A aprovação será formulada em termos de planos, protocolos, guias e outras medidas a serem aplicadas num cronograma em cada ambiente. Essas ferramentas serão supervisionadas pelo grupo motor do projeto e compartilhadas on-line para a discussão de toda a rede. 

Para a diretora do CIGEF, esse projeto é um grande reforço de internacionalização para a Uni-CV e de uma maior articulação entre as parcerias SUL-SUL. 

“A proposta foi da Universidade de La Laguna e nós acabamos por ganhar através da Cooperação Sul-Sul com os outros países africanos, com os quais os contactos eram mínimos, quase inexistentes. Esse é um dos grandes ganhos que nós temos. Outro ganho é a troca de experiências, de conhecimentos e de outros tipos informações que permitem o desenvolvimento da instituição, a nível profissional e, de uma forma geral, de todos/as os que fazem parte da unidade académica.”

A avaliação do projeto inclui três passos: dois interperiódicos (o primeiro nos países, o segundo on-line) e um final. Essas avaliações são propostas através de diferentes aplicações técnicas. Uma parte será realizada através da rede, de acordo com o tipo de indicadores que parece mais adequado às possibilidades. O projeto também possui especialistas externos em políticas de igualdade de cada país que realizam avaliações externas ao longo de toda a implementação do projeto.

Em Cabo Verde, o núcleo de pesquisadores integra o Centro de Investigação e Formação em Género e Família da Uni-CV e é formado por três docentes/investigadoras e duas assistentes. E formam parte de uma equipa mas amplo incorporado por 28 pessoas de universidades de Canárias e africanas.

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