A Matemática é uma ciência viva, dinâmica, e o seu ensino deve incorporar aspetos de construção, manipulação, experimentação, verificação e controlo, para além dos aspetos formais de análise, síntese, classificação. O interesse na aprendizagem da Matemática depende das situações estimuladoras criadas pelo educador para proporcionar ao educando o maior número possível de descobertas e desafios, que estimulam a sua curiosidade e aumentam a sua motivação para a aprendizagem, e que, consequentemente, desenvolvem a sua a autoconfiança, organização, concentração, atenção, raciocínio lógico-dedutivo e senso cooperativo. Deve ainda estribar-se nos meios tecnológicos atuais (hardware, software, calculadoras, bibliotecas digitais, internet, …), para que os resultados sejam abundantes e de boa qualidade.
Assim, é de extrema importância a criação de espaços de ensino oficinal, que constituem ambientes privilegiados para exploração adequada dos conteúdos, para o desenvolvimento de habilidades e estratégicas na resolução de problemas, que facilitam de forma concreta a aproximação dos conteúdos de Matemática ensinado na escola formal e os conhecimentos adquiridos através do quotidiano dos alunos. Isso contribui, certamente, para uma mudança da perceção dos alunos no significado e impacto da Matemática nas suas vidas.
Neste contexto, a Fundação Calouste Gulbenkian, numa parceria com a Sociedade Portuguesa de Matemática e outros parceiros locais, e inserido na linha de ação “Apoio a uma Educação em Matemática de melhor qualidade nos PALOP”, procura contribuir para que jovens talentosos em Matemática alcancem o seu potencial, criando para tal o conceito do “Campos da Matemática Gulbenkian”, já em curso em São Tomé e Príncipe e que agora procura-se implementar em Cabo Verde, CdM-CV.
Esta atividade tem como objetivo reunir 40 alunos do 10º ano num campo não-residencial de 10 dias, com atividades educativas que estimulem o interesse pela Matemática, através das suas aplicações na resolução de problemas do quotidiano. Constitui ainda objetivo desse projeto o acompanhamento progressivo desses estudantes no 11º e 12º anos, promovendo a autoaprendizagem e o desenvolvimento individual das suas capacidades matemáticas.
São objetivos específicos do Campos da Matemática Gulbenkian em Cabo Verde (CdM-CV):
- desenvolver a curiosidade e o gosto de aprender Matemática;
- desenvolver o gosto pela experimentação Matemática;
- fomentar o gosto pela participação na aula e em grupos de trabalho;
- desenvolver o raciocínio lógico, argumentativo e abstrato;
- desenvolver as capacidades de compreensão, análise, aplicação e síntese;
- promover a compreensão, a interpretação e a utilização de representações matemáticas (tabelas, gráficos, expressões, símbolos, ...);
- desenvolver o conhecimento do espaço;
- explorar atividades interdisciplinares;
- conhecer e explorar software de estudo e aplicações da matemática;
- desenvolver competências de comunicação matemática;
- aumentar o nível de conhecimentos em matemática e aplicações;
- desenvolver a apetência e competência no domínio do trabalho de grupo.
Este projeto é financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e conta com a parceria da Universidade de Cabo Verde e do Ministério da Educação.
O CdM-CV realizar-se-á nas instalações da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), no Campus do Palmarejo, nesta primeira edição. E espera-se a participação dos alunos do grupo das ilhas de Sotavento: Santiago (33), Maio (2), Fogo (3) e Brava (2). Na próxima edição pretende-se que o CdM-CV seja realizado também na Cidade do Mindelo, com a participação dos estudantes provenientes das ilhas do grupo Barlavento.
As atividades do CdM-CV serão elaboradas pelos professores da área científica de Matemática e Estatística da Uni-CV. Conta-se ainda com o apoio dos professores de matemática dos alunos que frequentam o CdM-CV, sobretudo na seleção e na mobilidade dos estudantes e no acompanhamento científico dos mesmos (juntamente com os tutores da Uni-CV) ao longo do ano.
Esta iniciativa prevê abranger alunos do 10º ano de escolaridade, que pretendam ingressar no 11º ano de escolaridade no ano seguinte, com média do 10º ano superior a 16 valores (numa escala de 0 a 20), que demonstrem interesse em participar no programa.
Para mais informações contacte-nos pelo email:
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