A Universidade de Cabo Verde, em parceria com a Associação Cabo-verdiana de Ecoturismo e a Universidade de Bangor, leva o projeto Ecovila à localidade de Rincão, no norte da ilha de Santiago, com vista a reduzir o impacto do lixo em outras três comunidades piscatórias da ilha de Santiago, nomeadamente Porto Mosquito, Gouveia e São Francisco.
Em atuação desde o 1 de abril de 2019, o projeto tem como objetivo desenvolver uma abordagem ecológica inovadora para promover o uso sustentável e a conservação dos recursos marinhos e costeiros na ilha de Santiago. No primeiro ano do projeto, realizou-se estudos de avaliação dos resíduos e microplásticos no sedimento e no conteúdo estomacal de duas espécies de peixes capturadas pelos pescadores da localidade. A metodologia de avaliação de microplásticos foi adaptada e o mesmo estudo está a ser realizado a nível nacional.
A docente e investigadora da Uni-CV, Mara Abu-Raya, realça que, com a trituração do vidro da comunidade, é uma oportunidade de criar novos produtos que possibilitam a criação de um fundo comunitário que irá reverter a favor da comunidade. “Nós vimos que algumas comunidades como Rincão têm uma grande quantidade de vidro, então optámos por adquirir uma máquina para reciclagem do vidro que ficará no centro, na associação e o espaço foi cedido pela Câmara Municipal. Neste momento, CERMI está a produzir uma máquina de reciclagem de plástico e esta vai ficar em São Francisco”.
O projeto Ecovila será executado até 2022 por ambas as partes (Uni-CV e EcoCV) em ações conjuntas. O projeto é financiado pela Darwin Initiative, um programa de financiamento do governo do Reino Unido que visa ajudar países com rica biodiversidade mas poucos recursos financeiros a atingir os seus objetivos sob a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB); a Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITES); e a Convenção sobre Conservação de Espécies Migratórias de Animais Silvestres (CMS).