A docente e investigadora da Escola de Negócios e Governação da Universidade de Cabo Verde, Zenaida Leite, em coautoria com Elisabete Maria Sá, investigadora da Universidade do Minho, publicou um estudo na revista "International Journal of Bank Marketing", editada pela Emerald. Este artigo, intitulado "Microfinance institutions managers' motivation towards environment protection through green microfinance: the case of the developing country of Cabo Verde", explora as microfinanças verdes no contexto de Cabo Verde.
Este trabalho faz parte de um projeto doutoral em andamento na Universidade do Minho, Portugal, focando nas instituições de microfinanças (MFIs) e o seu papel na proteção ambiental através das microfinanças verdes. O estudo detalha as crenças e perceções dos gestores de MFIs sobre ameaças ambientais e a contribuição das microfinanças verdes para mitigá-las.
Os resultados revelam que os gestores das MFIs estão cientes das ameaças ambientais e reconhecem a vulnerabilidade dos seus clientes a estas ameaças. Eles demonstram motivação para expandir suas atividades ambientais no futuro, percebendo-as como eficazes na redução dos problemas ambientais. No entanto, enfrentam limitações como a falta de recursos financeiros e conhecimento técnico na área ambiental.
O estudo sublinha a importância social das MFIs, destacando seu papel no fomento do autoemprego e na quebra do ciclo da pobreza. Porém, alerta que os fundos das MFIs são, por vezes, utilizados em práticas nocivas ao ambiente. As microfinanças verdes emergem como uma solução potencial, promovendo um equilíbrio entre pessoas, lucro e planeta, se os desafios de implementação forem superados.
Os resultados da investigação têm implicações diretas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), evidenciando o papel vital das MFIs verdes no apoio à ação climática (ODS 13), no empoderamento das mulheres (ODS 5), na promoção de financiamento inclusivo (ODS 4) e no suporte a iniciativas pró-clima (ODS 13).