docentes_Natalina_artigos_2024.jpg 

O câncer do colo do útero é um dos tipos de câncer mais comuns entre mulheres em todo o mundo, ficando atrás apenas do câncer de mama, colorretal e de pulmão. Esse problema é especialmente grave em países de baixa e média renda, incluindo muitas regiões da África, onde o acesso limitado a serviços de prevenção e tratamento aumenta o risco de morte. Em 2020, mais de 600.000 novos casos foram diagnosticados globalmente, resultando em quase 342.000 mortes. Estima-se que, sem melhorias significativas na prevenção e no tratamento, as mortes por câncer do colo do útero possam chegar a 443.000 por ano até 2030.

Cabo Verde, um país africano, enfrenta um desafio particular com o câncer do colo do útero, que é a maior causa de mortes por câncer entre mulheres. A doença é mais comum entre mulheres de 15 a 44 anos, com uma taxa de mortalidade preocupante de 10,5%.  

Num estudo realizado pela docente e investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Cabo Verde, Natalina Sousa Silva Rocha, em colaboração com outras investigadoras e publicado na revista internacional ecancer, foram reveladas preocupações relativas ao conhecimento e à adesão ao rastreio do cancro do colo do útero entre as estudantes universitárias no país. Apesar de a maioria das estudantes estar consciente da existência do cancro do colo do útero, muitas demonstram um conhecimento superficial sobre a doença e sobre as práticas preventivas necessárias.

A investigação envolveu 618 estudantes universitárias, das quais 94,6% afirmaram ter conhecimento sobre o câncer do colo do útero. No entanto, um detalhe é que 86,2% possuem conhecimento insuficiente sobre os aspetos cruciais da doença, e somente 9,1% passaram por procedimentos de rastreamento.

A falta de um programa nacional de rastreamento e a escassez de recursos humanos e materiais contribuem para essa situação. Além disso, o papilomavírus humano (HPV), um dos principais fatores de risco para o câncer do colo do útero, continua a ser uma ameaça devido à falta de informação e de vacinação. Iniciativas como a introdução de campanhas educativas, ampliação do acesso a serviços de rastreamento e a integração da vacinação contra o HPV no programa de vacinação nacional são medidas sugeridas pelo estudo para combater a propagação do câncer do colo do útero. 

Don't have an account yet? Register Now!

Sign in to your account