O polo III da Uni-CV em Assomada, reuniu hoje professores e investigadores de Cabo Verde, Portugal e Brasil, para debater inclusão e a acessibilidade, em um seminário sobre a inclusão em redes nessas diferentes perspetivas.
Com o objetivo em partilhar e divulgar as boas práticas na área da inclusão e acessibilidade, os seminaristas abordaram questões relacionadas com a democratização cultural, e o impacto da intervenção precoce e desenvolvimento infantil sob uma perspetiva multissetorial e transdisciplinar.
A educação inclusiva, tecnologias da informação, comunicação para a inclusão, comunicação acessível, inclusão pelas artes e cultura, saúde e bem-estar para todos, foram algumas das várias temáticas abordadas durante o seminário intitulado “Inclusão em redes – Perspetivas entre Portugal, Brasil e Cabo Verde.”
Proferindo o seu discurso de abertura, o Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, enalteceu a importância do seminário e exortou ser “imperioso” estabelecer redes de pessoas de diferentes países, e ações que possibilitam uma corrente positiva voltada para inclusão a nível nacional e internacional.
“Neste caso, as universidades podem desempenhar um papel fundamental que ajudam a compreender os problemas e encontrar as melhores soluções para os casos de inclusão, nesta luta desde os tempos em que as pessoas com deficiência em geral eram praticamente escondidas ou ostracizadas”, salientou o Presidente da República.
Realçou ainda que mesmo com todas as lutas em volta da inclusão, há uma “grande disparidade da concretização desses direitos”, porém, apelou a sociedade civil, as Igrejas, as ONG e Escolas, a reunirem numa luta para incluir aqueles que têm condições especiais, contribuindo assim para sua inclusão.
“Esta atitude deve ser tomada como um autêntico espírito de missão, a problemática da deficiência constitui um grande desafio para nossa sociedade, especialmente para as famílias”, prosseguiu.
Por seu lado, o Reitor Arlindo Barreto agradeceu a iniciativa conjunta da Uni-CV através da Faculdade de Educação e Desporto (FaED) e o Instituto Politécnico de Leiria e a Associação COLMEIA, afirmando que em Cabo Verde estão a trabalhar para uma educação inclusiva em diferentes governos através de instituições e associações para mostrar uma “educação exemplar”.
“Para atingir as metas dos objetivos do Desenvolvimento Sustentável todos devem contribuir para desmoronar as barreiras que tendem a persistir o caminho de uma educação inclusiva”, referiu o Reitor.
Neste sentido, Arlindo Barreto prosseguiu dizendo que os desafios que a educação inclusiva oferece, exigem de todos que tenham a coragem de eliminar o ato de pensar e agir da mesma maneira.
“A educação inclusiva deve interpelar a todos a ser menos autómatos e mais humano, menos calculistas e mais solidários, menos centrados em nós mesmos e mais abertos a diversidade da forma de ser e de estar”, adiantou.
O seminário contou com um leque diversificado de oradores de Portugal, Brasil e Cabo Verde, além dos mestrandos do Mestrado de Educação Especial da Uni-CV, e amanhã, dia 10 de fevereiro, decorrerá a última sessão do seminário, no Polo I do Campus do Palmarejo Grande.